Uma das muitas vantagens de viajarmos sozinhos é estarmos mais abertos a conhecer novas pessoas. Em Maio de 2014, estava eu sozinha, perdida nos meus pensamentos, sentada num banco da estação de metro de KL Sentral, em Kuala Lumpur, à espera do metro para ir visitar as "
Batu Caves". A Clara apareceu não sei muito bem de onde e perguntou-me se aquele metro ia para as "Batu Caves". Respondi-lhe timidamente que sim, eu própria também ia visitar as caves. Tinha um ar jovem (talvez 20 anos?), e o seu cabelo loiro platinado e o tom de pele muito claro denunciavam que seria ocidental, muito provavelmente do norte da Europa. Sentou-se ao pé de mim e elogiou as minhas alpargatas. Agradeci e percorremos aqueles 30 minutos de viagem em silêncio. E ali, em plena Ásia, cada uma por si, mas com o mesmo destino em comum, deixámos de estar sozinhas. Soube depois o seu nome e que era alemã, de Frankfurt. Tinha estado um ano a trabalhar na Austrália e, de regresso à Alemanha, fez uma curta paragem em Kuala Lumpur.
Três meses depois encontramo-nos em Frankfurt. Era Agosto, mas o céu cinzento e as baixas temperaturas anunciavam um Inverno antecipado. Combinámos encontrar-nos em
"Hauptwache", mesmo no coração da capital financeira alemã. A praça é um óptimo local para passear, fazer compras, e observar a movimentada Frankfurt.
De
"Hauptwache" seguimos para a pitoresca praça
"Roemer". Esta é uma parte da cidade que ainda preserva a antiga arquitectura alemã, ao contrário do resto da cidade, que é bastante moderna. A praça e as suas casas tiveram que ser reconstruídas depois da II Guerra Mundial.
"Roemer" é o postal de Frankfurt, uma cidade muito pouco dada ao turismo. A praça é bastante agitada e quando lá passámos estava a decorrer um protesto contra o conflito israelo-palestiniano. Aqui localiza-se também a câmara municipal de Frankfurt.
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Praça "Roemer" |
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Monumento à justiça |
O
rio Main fica a dois passos da praça "Roemer". Atravessámos a ponte em direcção ao
"Museumsuferfest", um festival que celebra os vários museus da cidade que ficam abertos durante a noite. Nas margens do rio há concertos de música de todos os estilos, há bancas com peças de artesanato originais, há barracas com comida e bebida de todo o mundo, há livros e discos usados, há roupa em segunda mão. Não sabia que a minha estadia em Frankfurt iria coincidir com o festival, nem tão-pouco sabia da existência do mesmo. Mas foi uma óptima coincidência. Já tinha saudades de ver reunidas no mesmo sítio uma combinação de cultura e artes, música, dança, teatro e culinária. O
"Museumsuferfest" dura três dias (29 a 31 de Agosto).
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Velas que parecem copos de cerveja! |
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Museu de Arquitectura |
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"Staedel Museum" |
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O meu jantar: Kasespatzle (massa com queijo) |
Caminhar pela margem do rio Main durante o "Museumsuferfest" é como dar um passeio pela cultura. Ouvimos uma banda a tocar músicas de bandas pop e rock. Captou a nossa atenção e seguimos em direcção ao som. Descobrimos os "
Skinny Jeans", uma banda alemã de "covers" em inglês. Gostamos e deixamo-nos ficar por ali. Quando terminaram, seguimos em busca de outros sons.
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Os "Skinny Jeans" em palco |
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"Silent Party": cada pessoa tem os seus auscultadores e ouve a banda que está a tocar ao vivo. Confesso que é estranho para quem vê de fora um bando de pessoas a dançar freneticamente com auscultadores, mas é divertido. |
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Banda a tocar para a "Silent Party" |
Festa que é festa não poderia terminar sem fogo-de-artifício. E durante 30 minutos os céus de Frankfurt encheram-se de luz e som!
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Danke, Clara! |
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