segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Hong Kong: a cidade que é um Estado



Nunca percebi muito bem Hong Kong. Nunca percebi o seu real estatuto. Não é um país, mas também não faz parte da China continental e comunista. Chamam-lhe uma cidade-estado, tal qual como Macau, cuja História se entrelaça com a nossa. É a política chinesa "um país, dois sistemas" que correu mais ou menos bem até há umas semanas quando a "revolução dos guarda-chuvas" pôs o mundo inteiro a olhar para Hong Kong. A minha passagem pela cidade aconteceu um pouco antes dos estudantes tomarem as ruas em protesto. Mas, ainda assim, deu para perceber que Hong Kong não é a China.

A visita começou na estação "Tung Chung" e a ideia era partirmos daí no teleférico até ao topo da montanha em "Ngong Ping" onde se encontra o majestoso "Big Buddha". Infelizmente, naquele dia o teleférico estava fechado para manutenção, por isso tivemos que nos contentar com um mero autocarro cheio de turistas e um motorista que me fez temer pela vida a cada curva apertada. A viagem é longa e quase sempre em subida acentuada, compensada pela vista sobre a ilha Lantau, a maior ilha de Hong Kong.

"Tian Tan Buddha", mais conhecido como "Big Buddha"

















Este é um local em que nos sentimos em perfeita sintonia com a natureza e com a religião, mesmo que louvemos um outro Deus qualquer. Mesmo que não saibamos nada sobre a religião budista nem saibamos como orar a Buda, percebemos que há ali uma mística enorme e isso sente-se no ar. E não me refiro apenas ao intenso cheiro a incenso. Este é um lugar de peregrinação e reflexão. Aqui podemos visitar também o Mosteiro "Po Lin".





Entrada do Mosteiro "Po Lin"














De "Ngong Ping" entrámos de novo no autocarro a caminho de "Tai O", um local publicitado no folheto turístico como "a Veneza de Hong Kong". Bem, de Veneza o local tem apenas as pitorescas casas construídas em cima da água e os barcos (gôndolas?) que se passeiam pelo mar calmo que invade a terra. "Tai O" é na verdade uma encantadora vila piscatória.










Houve tempo ainda para dar uma voltinha de barco para ver as casas mais de perto e também sair de perto da costa e ir em direcção ao alto mar em busca dos golfinhos, que por vezes nadam por ali. Publicidade enganosa para turistas totós ou má sorte, a verdade é que nem sinal de golfinhos e voltámos para terra firme desiludidos.























O peixe salgado e seco é uma especialidade da pequena vila