terça-feira, 12 de agosto de 2014

"God bless America"


Primeira vez nos Estados Unidos da América. Mais: primeira vez no continente americano.

Eu já adorei os EUA, mesmo sem nunca lá ter posto os pés. Já odiei o imperialismo americano. Já pensei que um dia poderia ser feliz a viver algures na América do Norte. Mas também já achei que a imensidão dos Estados Unidos não seria o lugar ideal para mim. Na verdade, os EUA sempre despertaram sentimentos confusos em mim. É impossível ficar indiferente a um país que nos entra todos os dias pela televisão, computador, rádio, jornais, supermercado, etc. Um país que nos vende o seu "american way of life" e nos faz sonhar com as suas imensas oportunidades. Por isso, quando aterrei em Washington, tive aquela sensação estranha de já ter estado ali e de conhecer de cor aquele lugar.

Entrei no autocarro que me levaria do aeroporto até ao centro de Washington, mais precisamente até à "L'Enfant Plaza". A viagem dura cerca de uma hora. Tinha dólares na carteira, mas não tinha a quantia certa para o bilhete. Não sabia como funcionavam os autocarros por ali. Paga-se a uma máquina dentro do autocarro e esta não dá troco, por isso é mesmo necessário ter o dinheiro exacto. Recontei os trocos e percebi que me faltava apenas um dólar para completar os sete dólares que custava o bilhete. Um senhor simpático que ia no autocarro prontificou-se imediatamente para me dar o dólar. E logo outra senhora se ofereceu para me trocar as notas maiores por notas de um dólar. Aceitei o dólar e continuei viagem. O meu primeiro contacto com os norte-americanos não correu nada mal. Obrigada, senhor simpático da carreira 5A.

De "L'Enfant Plaza" sigo pela infindável "Independence Avenue" em busca da Casa Branca.


Já tinha uma ideia de que os norte-americanos eram muito patriotas e a bandeira era um símbolo de grande orgulho para eles, replicada e difundida até à exaustão. Mas, ainda assim, não consegui deixar de me surpreender ao ver a bandeira dos EUA hasteada em todos os cantos, qualquer poste, janela, grua, etc. serve para fazer ondular as 13 linhas horizontais vermelhas e brancas, e as 50 estrelas brancas sobre um fundo azul.


"Arts and Industries Building"



"Smithsonian Institution Castle"



"Arthur M. Sackler Gallery"

"National Museum of African Art"



Era um Domingo de Julho. E apesar de ainda estarmos nas primeiras horas da manhã, o sol já estava muito quente e o calor acelerava o cansaço e obrigava a um passo mais lento. Nas ruas poucos carros passavam. O som dos motores tinha sido substituído pelo pedalar das bicicletas, pelo riso das crianças a brincarem, e pela respiração acelerada dos atletas de fim-de-semana.








Ali ao longe já se via uma torre pontiaguda. Era o imponente "Washington Monument", bem no centro dos "Constitution Gardens", e que foi construído em memória do Presidente George Washington. O monumento é o mais alto obelisco do mundo. Para onde quer que olhemos, independentemente do local onde estivermos, o "Washington Monument" está sempre presente no horizonte, como se estivesse a olhar por nós.

"Washington Monument"

Capitólio visto de longe




Atravessando a "Constitution Avenue", já se vislumbra um pouco da Casa Branca.



"National Christmas Tree"


1600 Pennsylvania Avenue. E lá estava ela. Bem longe de nós. Havia polícia, grades, relva, chafarizes, árvores a separar-nos dela. A casa de um dos homens mais poderosos do mundo. Para entrar é necessário marcar com um mês de antecedência. Ainda assim, vale a pena ver (mesmo que de longe) o local onde se tomam muitas decisões de influenciam directa ou indirectamente as nossas vidas.

Casa Branca
Alexander Hamilton, primeiro secretário do Tesouro

"The Treasury Department"

"General Sherman Monument"







Percorrendo ainda a longa "Constitution Avenue", cheguei ao "National Mall". O "National Mall" é um enorme parque que vai desde o Capitólio até ao "Lincoln Memorial", com jardins, chafarizes, lagos, monumentos, estátuas, memoriais. A caminhada é longa, especialmente num dia quente de Verão, mas é um passeio pela História dos Estados Unidos e do mundo, num agradável ambiente verde.











Caminhando pelo "National Mall", vamos encontrando aqui e ali vários memoriais, quer aos mais importantes e notáveis Presidentes dos EUA, quer às inúmeras guerras travadas por este país. "Este é mesmo um país de guerras!", dei por mim a pensar, enquanto percorria o memorial da Guerra do Vietname e de repente já estava no memorial da Guerra da Coreia. "Ou então é um país que gosta de honrar e se orgulha daqueles que deram a sua vida por essas mesmas guerras", reflicto agora.


"Vietnam Veterans Memorial"


"Vietnam Veterans Memorial"
"Vietnam Women's Memorial"

O memorial em homenagem ao 16º Presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, é o maior e mais imponente de todos os monumentos no "National Mall". No seu estilo neogrego, o edifício alberga uma estátua de três metros de Lincoln sentado na sua cadeira de pedra, que nos fita impávido e sereno, qual Zeus no seu templo. Ali sente-se uma espécie de culto quase religioso àquele que foi um dos mais importantes homens da História dos EUA. Ali reza-se a Lincoln.

"Lincoln Memorial"





O "Lincoln Memorial" é também um local emblemático porque aqui decorreram vários protestos do movimento dos Direitos Civis. Foi também aqui que Martin Luther King Jr. inspirou o mundo com o seu sonho.



"Korean War Memorial"


"Martin Luther King Memorial"



"Thomas Jefferson Memorial" lá ao longe

Continuei a caminhada pelo enorme "National Mall" acompanhada pela memória das grandes figuras norte-americanas e pelas suas frases mais marcantes, que me iam guiando pelo parque e fazendo reflectir.

"Franklin D. Roosevelt Memorial"
"Franklin D. Roosevelt Memorial"

"The Great Depression"

Sobre a II Guerra Mundial

Franklin D. Roosevelt

Eleanor Roosevelt
"George Mason Memorial"

A minha viagem pela História dos Estados Unidos ficou concluída com o memorial ao Presidente Thomas Jefferson. Mais pequeno do que o "Lincoln Memorial", mas igualmente impressionante e com o mesmo sentido de culto.


"Thomas Jefferson Memorial"


Thomas Jefferson



Sigo de novo pela "Independence Avenue", onde a minha visita a Washington começou. Mas desta vez vou em direcção ao Capitólio.






Capitólio