sábado, 6 de setembro de 2014

Nevoeiro em Seul


Nunca tive muita curiosidade em conhecer a Coreia do Sul. Aliás, pouco conheço do país para além da irritante música "Gangnam Style". A Coreia do Sul não é um destino turístico muito popular entre os portugueses, em particular, e os ocidentais, em geral. Seul, a capital do país, não tem uma torre Eiffel, um coliseu como o de Roma, uma grande muralha como na China. Talvez tivesse até mais curiosidade em conhecer os primos da Coreia do Norte, esse país misterioso e fechado ao resto do mundo. De qualquer forma, tive a oportunidade de visitar Seul e lá fui, sem expectativas nenhumas, nem sequer uma olhadela no site do "TripAdvisor". Talvez até tenha sido melhor assim, porque me surpreendi com aquela metrópole asiática.




Por sugestão de uma simpática sul-coreana, fui visitar o Palácio Gyeongbokgung, o principal e maior palácio de Seul. O palácio é enorme, e ainda inclui imensos jardins e lagos e um museu. São precisas algumas agradáveis horas para se ver tudo.


Quando lá cheguei eram 10 horas, mesmo a tempo da cerimónia da troca dos guardas do palácio. Corri em direcção às pessoas e, entre empurrões e puxões, consegui um bom lugar para fotografar aquele espectáculo de música e coordenação perfeita, totalmente inesperado para mim.



















Palácio Gyeongbokgung parece uma "matrioska" com pequenos palácios dentro de palácios. Na verdade, este é um enorme complexo de palácios. É labiríntico e, por isso, muito fácil de nos perdermos por entre os edifícios e jardins, como me aconteceu.











No início do século XX, grande parte do Palácio foi destruído pelo Império Japonês, por isso é comum vermos alguns trabalhadores por lá a restaurarem os edifícios.







As 12 figuras do Zodíaco Chinês

Dentro do Palácio encontra-se o "National Folk Museum of Korea". Trabalho diariamente com pessoas da Coreia do Sul, e a sua forma de ser sempre me intrigou e me despertou curiosidade em relação ao passado histórico coreano que moldou as suas personalidades de obediência, subserviência, extrema preocupação com a aparência exterior, a competitividade, o completo respeito pela hierarquia, a descrença em qualquer tipo de religião. Este é por isso um local muito interessante para conhecer um pouco mais sobre a cultura e a história coreana, porque a Coreia do Sul não é só K-pop (pop coreana) nem bons cosméticos.





Casamento coreano








Já fora do museu, chegámos à minha parte favorita do Palácio: uma pequena cidade que mostra como viviam os coreanos antigamente. O pormenor das casas, lojas, escola, comboio, é impressionante e adorável.





Barbearia







Estação de rádio

Escola

Estúdio de fotografia
















O nevoeiro com que começou a manhã foi dando lugar a um calor abafado e húmido. O sol já estava muito forte e tornava-se insuportável andar debaixo dele. Eram horas de encontrar um lugar para almoçar e recarregar as baterias. Não procurámos muito porque a fome já apertava, e entrámos no primeiro restaurante coreano que encontrámos.




O impulso de entrar no restaurante não muito bonito da esquina não correu mal, apesar de o menu conter meia dúzia de pratos com nomes esquisitos e as senhoras do restaurante não falarem inglês. Queria provar um prato coreano, mas ainda assim fui pelo seguro e pedi algo que pelo menos sabia o que era: barriguinhas de porco. De qualquer forma, era churrasco ao estilo coreano, e começaram a trazer coisas estranhas para a mesa.







Enquanto a senhora preparava a carne no grelhador, fomos comendo o arroz e aquelas coisas estranhas. As duas senhoras começaram a rir-se e a apontar para nós. Devíamos estar a fazer algo de muito engraçado.



Entretanto a carne ficou pronta e a senhora mostrou-nos a maneira coreana de comer aquilo: pegar numa folha de alface, colocar a carne, e colocar os outros condimentos que ela trouxe inicialmente (arroz, cebola, rebentos de soja, uma pasta picante, entre outros que não faço ideia o que era), embrulhar tudo e comer. É simples, mas delicioso!


A próxima e última paragem foi "Insa-dong", uma rua enorme e bastante turística, cheia de lojas de souvenirs, galerias de artes, lojas de artesanato e todo o tipo de artigos originais, restaurantes e cafés tradicionais. "Insa-dong" é o lugar perfeito para entrarmos na cultura sul-coreana e nos misturarmos com os locais.











Doce tradicional: "Dragon's beard"



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